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Coisas que Gostei em A Torre Acima do Véu de Roberta Spindler – Ed. Giz

Sem título Como já disse das minhas resenhas, elas não são assim “resenhas” de que se possa dizer “Ah! Que resenha! Bela resenha esta”,  Deveria ter falado sobre A Torre Acima do Véu há duas semanas, pois gosto de falar dos livros assim que termino a leitura, sem problemas, este livro é bom e livros bons grudam em nossas mentes.

Li e não me lembro onde uma “crítica” sobre A Torre Acima do Véu ser quase juvenil, na minha opinião, o que não desmerece em nada o livro, ninguém precisa rotular seu público para escrever para ele, não nos dias de hoje, tenho 55 anos e adorei o livro. Primeiro por que é o tipo de livro/história que gosto, distopia urbana com protagonistas fortes e independentes. Segundo, há muitos escritores que forçam a barra nos diálogos ou nas cenas para parecerem “adultos descolados”, sem que nada seja acrescentado à história.

Gostei dos “superpoderes” que são algumas vantagens genéticas perfeitamente explicáveis tornando a história e os protagonistas reais e críveis. Beca, a menina de 20 anos, personagem principal, é uma saltadora, alguém com musculatura e força mais desenvolvidas. Os teleportadores são licença poética, a trama fica muito mais emocionante com eles.

Emoção e ação é o que há de sobra no bem escrito A Torre Acima do Véu, e não é fácil criar um mundo futurista, pós-apocalíptico, distópico. O leitor deste gênero é atento aos detalhes, esmiúça os acontecimentos e aponta suas falhas. Eu mesmo, no início do livro, apontava possíveis inconsistências, que logo se dissipavam. Passada a desconfiança inicial, a história estava lá, plena: personagens com suas vozes e características marcantes, cenários descritos para envolver a história, não suplantá-la, uma trama contagiante do começo ao fim. O que mais gostei em A Torre Acima do Véu foi:

1 – Rio-Aires, é aqui mesmo que se passa esta distopia, os personagens são latinos, parecem-se conosco, falam como nós. Fora os da Torre que são árabes.

2 – Nas entrelinhas do estilo de Roberta Spindler, ainda marcado pelos RPGs e traduções dos livros de fantasia e seus adjetivos “focadamente estranhos”, é possível ver uma escritora sensível e vigorosa, capaz de transmitir para o leitor o que o personagem sente para além da ação/cenário à sua volta.

Deixem-se envolver pela névoa de A Torre Acima do Véu de Roberta Spindler, editora Giz, 271 páginas. http://rspindler.tumblr.com/ http://www.gizeditorial.com.br/web/titulos/?book=174 imagem